"Uma oração sem fé é uma fórmula vazia. Quem é tolo a ponto de perder tempo pedindo algo em que não crê?
A fé é o manancial; a oração, o riacho. Como pode correr o riacho se o manancial está seco?"
(Santo Agostinho)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

NOVENA AO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA


Pelo sinal + da Santa Cruz, livre-nos, Deus, + Nosso Senhor, dos nossos + inimigos. Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.



Oração preparatória

Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, meu Criador e Redentor, que por amor aos homens tomastes a natureza humana, escolhendo por Mãe a Puríssima, Imaculada e sempre Virgem Maria, e dispondo o seu Coração com todo o gênero de perfeições, para que do seu sangue precioso se formasse essa Humanidade Santíssima em que padecestes a mais afrontosa das mortes para fazer-nos viver da vossa graça e assim livrar-nos da servidão do demônio e do pecado: eu vos amo, meu Deus, com todas as minhas forças, sobre todas as coisas, por esta bondade que a nós mostrastes, e me pesa por ter-vos ofendido. Espero que, pelos méritos do vosso preciosíssimo Sangue e do Coração sacratíssimo da vossa Mãe, me concedereis a graça que necessito para bem fazer esta novena, a fim de amar-vos e vos ser fiel até o fim. Amem.

Primeiro dia

A Grandeza do Coração de Maria

Ó, Coração de Maria, cuja grandeza o universo admira! Fazei-nos igualmente grandes de coração e alcançai-nos a virtude, Mãe querida, para esquecer todo tipo de injúrias, e ser tudo para todos, a fim de ganhá-los para Jesus Cristo.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Segundo dia

A Amabilidade do Coração de Maria

Ó Maria, ó nossa Mãe! Vós tendes um Coração digno de amor, porque dominastes com toda perfeição as paixões: alcançai-nos a fortaleza para nos sobrepor a elas, e para lembrar e guardar sempre a lei da caridade, com a qual seremos também imagem da vossa doçura.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Terceiro dia

A Compaixão do Coração de Maria

Mãe cheia de compaixão, fazei-nos compassivos! O vosso Coração não pode ver a dor e a miséria sem comover-se; acendei o nosso coração na mais ardente caridade, que nos mova a remediar as necessidades espirituais e temporais, tanto próprias e como as do nosso próximo.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Quarto dia

O Fervor do Coração de Maria

Amabilíssima Mãe! Vós obrastes sempre com o maior fervor; e vós conheceis a minha frouxidão, preguiça e apatia, com as quais não posso agradar a Deus, a quem a tibieza produz náuseas. Eu acudo, minha Mãe, a Vós, para que me tireis de tão miserável estado. Assim como comunicastes o vosso fervor a Santa Isabel e a São João Baptista, concedei-me a mesma graça.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Quinto dia

A Pureza do Coração de Maria

Minha Santíssima Mãe! Vós, incomparavelmente mais do que nenhuma outra criatura, fostes limpa de coração; Vós resplandeceis mais em pureza que todos os justos e anjos; Vós, pela beleza do vosso Coração, agradastes o Altíssimo e o atraístes ao vosso seio. Alcançai-nos, Senhora, essa pureza de coração; rogai por nós para que saibamos vencer as nossas más inclinações e viver no candor com que fostes adornada a fim de que possamos ver a Deus e morar com Ele eternamente.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Sexto dia

A Mansidão do Coração de Maria

Virgem soberana, Rainha e Mãe cheia de mansidão! O vosso Coração mansíssimo repreende o nosso tão imortificado: queremos vos imitar; desde hoje nos propomos reprimir os movimentos da ira e praticar a mansidão. Alcançai-nos, Senhora, a graça que para isso necessitamos.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Sétimo dia

A Humildade do Coração de Maria

Ó Virgem humilíssima! Vós sois Senhora, e vos chamais escrava; Vós sois eleita para o lugar mais distinguido, e buscais o último; Vós conheceis o mérito da humildade, e por isso a enraizais profundamente: alcançai-me esses sentimentos de humildade dos que Vós estais animada; fazei que vos imite nesta humildade de coração de que me dais tão brilhante exemplo.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Oitavo dia

A Fortaleza do Coração de Maria

Minha Mãe! Vós conheceis a minha covardia e debilidade, que por desgraça me acompanharam quase sempre: pela admirável fortaleza que tanto vos distinguiu, rogo-vos que infundais no meu coração a fortaleza necessária para confessar a fé, para guardar a santa Lei de Deus e para prescindir de todo respeito humano na prática das virtudes.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Nono dia

A Paciência do Coração de Maria

Mãe sempre paciente! Pela multidão e veemência das vossas dores, vos suplicamos que nos alcanceis a paciência e a resignação que necessitamos para sofrer com mérito as amarguras e penalidades que nos afligem. Senhora, a paciência nos é necessária. Vós nos destes o exemplo mais admirável dela: intercedei por nós para que saibamos vos imitar.

Depois reza-se uma dezena do Terço.

Oração final

Ó, Coração dulcíssimo de Maria, de quem recebi continuamente tantas graças, tantos benefícios e favores! Eu vos venero e vos dou graças, e com ternura de filho vos estreito contra o meu pobre coração. Permiti-me, minha Mãe, que com toda a confiança o entregue a vós; santificai-o com a vossa benção e trocai-o num belo jardim onde possa recrear-se o vosso Santíssimo Filho. Amém.

Saudações a Nossa Senhora

1. Saúdo-vos, Coração santíssimo de Maria, com o coro dos Serafins, e vos suplico que me alcanceis um coração verdadeiramente grande para amar e servir a Deus e para fazer o bem a todos os homens. Avé Maria.

2. Saúdo-vos, puríssimo Coração de Maria, com os Querubins e vos rogo que me alcanceis uma caridade cheia de amabilidade. Avé Maria.

3. Saúdo-vos, perfeitíssimo Coração de Maria, com o coro dos Tronos, confiando que me obtereis a graça de ser compassivo de coração. Avé Maria.

4. Saúdo-vos, Coração amantíssimo de Maria, com o coro das Dominações, suplicando que me concedais o verdadeiro fervor. Avé Maria.

5. Saúdo-vos, Coração retíssimo de Maria, com o coro das Virtudes, esperando que me concedereis a pureza de coração. Avé Maria.

6. Saúdo-vos, Coração fidelíssimo de Maria, com o coro das Potestades, e vos rogo que me alcanceis a mansidão. Avé Maria.

7. Saúdo-vos, Coração clementíssimo de Maria, com o coro dos Principados, esperando que me ajudareis a ser humilde de coração. Avé Maria.

8. Saúdo-vos, Coração piedosíssimo de Maria, com o coro dos Arcanjos, confiando que me alcançareis fortaleza para cumprir sempre a santa Lei de Deus. Avé Maria.

9. Saúdo-vos, Coração prudentíssimo de Maria, com o coro dos Anjos, suplicando que me alcanceis a paciência e a resignação nos trabalhos e sofrimentos. Avé Maria.

ACto de Consagração

Amabilíssima e admirabilíssima Virgem Maria, Mãe do meu Salvador Jesus Cristo e minha Mãe, prostrado aos vossos pés, unindo-me humildemente a todos os atos de devoção e amor de todos os corações que vos amam no Céu e na terra, Vos saúdo, Mãe queridíssima, Vos venero e Vos elejo hoje por minha Soberana e Rainha do meu coração, guia da minha vida, minha Protetora, minha Advogada e meu Refúgio em todas as minhas necessidades espirituais e corporais.

Eu Vos ofereço e consagro a minha alma, o meu coração, meu corpo e tudo o que me pertence. Desejo também que todos os meus pensamentos, palavras, acções, todos os alentos de respiração e batidas do meu coração sejam, no presente e no futuro, outros tantos actos de louvor da Santíssima Trindade por todos os privilégios e graças incomparáveis que Vos concedeu.

Ó Virgem amabilíssima! Entrego confiante nas vossas mãos maternais todos os meus desejos e propósitos, e não quero nunca aspirar a algo mais além do que seja conforme com a Vontade do vosso Divino Filho e com a vossa.

Aceitai-me, Vos rogo, queridíssima Mãe, entre os vossos filhos prediletos e no número dos vossos servos escolhidos, privilegiados de poder colaborar na preparação do triunfo do vosso Coração Imaculado. Considerai-me e tratai-me inteiramente como vossa propriedade.

Disponde de mim e conduzi-me sempre e em todo lugar, não segundo as minhas próprias inclinações e desejos, mas segundo o vosso beneplácito.

Eu, por minha parte, tomo hoje o firme propósito de observar fielmente os mandamentos do vosso Divino Filho Jesus, de seguir as vossas maternais exortações, ó Rainha do Santo Rosário, de vos amar ternamente de vos consolar. Quero também, enquanto me for possível, pelas minhas orações e sacrifícios levar muitas almas a fazer o mesmo.

Sobretudo, quero venerar com especial devoção o vosso Puríssimo Coração, ardente de caridade, e com a vossa poderosa assistência, ó Mediadora de todas as graças, tratar de imitar tanto como eu puder as sublimes virtudes que vos adornaram aqui na terra.

Ó, Rainha do meu coração, que pelo misterioso obrar do Espírito Santo na vossa alma santíssima fostes transformada num verdadeiro Espelho de Justiça de Jesus, vosso Divino Filho; gravai no meu coração, vos imploro, uma imagem perfeita das virtudes do vosso, a fim de que o meu coração seja um retrato vivo do vosso Imaculado.

Ó, Virgem gloriosa, vosso Puríssimo Coração esteve durante a sua existência aqui na terra estreitamente unido ao Divino Coração do vosso Filho, compartindo plenamente os seus nobilíssimos sentimentos e o seu espírito de sacrifício; e agora, elevado à bem-aventurança do Céu, está perenemente unido a Ele de modo inigualável, na mais sublime felicidade. Por isso vos rogo, ó Mãe de Deus, uni o meu pobre coração de tal maneira ao do meu Jesus que não abrigue outros sentimentos e desejos senão os vossos, e que não faça nunca senão o que for mais agradável ao seu Sacratíssimo Coração e ao vosso Dulcíssimo Coração Imaculado, ó Mãe benigníssima. Amém. Jesus Cristo.

Consagre sua família, sua empresa, e tudo o que você possua, e seja desde agora, um apóstolo do Imaculado Coração de Maria!

Consagração individual

Preparação:

• Reze a novena, que terminará no mesmo dia da consagração.

• Procure confessar-se nesses dias.

• Assista à Missa e comungue no mesmo dia da consagração.

É muito importante renovar o propósito de cumprir os desejos da Virgem Maria:

• Rezar o Terço diariamente.

• Praticar os primeiros sábados.

• Reparar pelas blasfêmias contra o Coração de Maria.

• Procurar consolá-la pela nossa fidelidade a Maria.

• Entronizar a imagem do Coração de Maria na família.

• Renovar cada dia a consagração mariana com alguma fórmula breve, como por exemplo:

“Ó Maria, minha Mãe! Ao vosso Imaculado Coração me consagro inteiramente, com tudo o que sou e possuo. Protegei-me agora e sempre como vosso filho. Amém”.

Retirado de: http://escravasdemaria.blogspot.com/

sábado, 27 de agosto de 2011

AKATHISTOS


Canto Litúrgico

Mariano

A ti, Maria, como ao general invencível,
os meus cantos de vitória!
A ti, que me livraste dos meus males,
ofereço os meus cantos de reconhecimento!
Pois que tens uma força invencível,
livra-me de toda a espécie de perigos,
a fim de que te aclame:
Avé, Virgem e Esposa!

Parte Histórica


Episodios Evangélicos

I Estação:

«O Anúncio do Anjo Gabriel»

O mais sublime dos anjos
foi enviado dos céus
para dizer «Avé» á Mãe de Deus.
Vendo-te, Senhor, feito homem
á sua angélica saudação,
deteve-se extasiado diante da Virgem,
aclamando-a assim:

Avé, por ti resplandece a alegria!

Avé, por ti a maldição toda cessa!
Avé, reergues o Adão decaído!
Avé, tu estancas as lágrimas de Eva!
Avé, mistério que excede o intelecto humano!
Avé, insondável abismo aos olhares dos anjos!
Avé, porque és o trono do Rei soberano!
Avé, porque tu governas quem tudo governa!
Avé, ó estrela que o sol anuncias!
Avé, no teu seio é que Deus se fez carne!
Avé, por quem a criação se renova!
Avé, o Criador fez-se em ti criancinha!

Avé, Virgem e Esposa!

Antífona I

Sabendo Maria de ser a Deus consagrada,
assim a Gabriel dizia:
«A tua mensagem é misteriosa aos meus ouvidos
e incompreensível ressoa a minha alma.
De uma Virgem um parto tu anuncias», exclamando:


Aleluia! (3 vezes)

«Maria e o Anúncio do Anjo»

Desejava a Virgem entender o mistério,
e ao divino mensageiro pergunta:
«Poderá uma virgem dar á luz um menino?
– Diz-me!». Com reverência,
o Anjo respondia, cantando assim:

Avé, mistério, vontade inefável!
Avé, ó fé maturada em silêncio!
Avé, prelúdio dos faustos de Cristo!
Avé, sumário do santo Evangelho!
Avé, ó escada sublime por quem Deus nos veio!
Avé, ó ponte que os hímens para o céu encaminha!
Avé, dos Anjos tu és a maravilha gloriosa!
Avé, do inferno derrota total contundente!
Avé, que a Luz por mistério geraste!
Avé, que o «modo» a ninguém ensinaste!
Avé, transcendes a ciência dos sábios!
Avé, iluminas todos os crentes!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona II:

A virtude do Altíssimo
a cobriu com sua sombra
e tornou Mãe a Virgem sem núpcias:
o seio por Deus fecundado
tornou-se campo abundante
para todos aqueles que buscam a salvação
e assim aclamam:


Aleluia! (3 vezes)

«Visita de Maria a sua prima Santa Isabel»

Tendo no seu seio o Senhor,
solícita Maria
visitava sua prima Isabel.
O menino no ventre materno,
ouvindo a saudação, exultou,
e, saltando de alegria,
á Mãe de Deus aclamava:

Avé, ó ramo de planta incorrupta!
Avé, do fruto imortal, colheita!
Avé, cultora do Mestre dos homens!
Avé, ó Mãe de quem nos deu a vida!
Avé, ó campo veraz que produz muitos frutos!
Avé, ó mesa bem farta de perdões abundantes!
Avé, tu fazes florir as planícies celestes!
Avé, a nós todos preparas um porto seguro!
Avé, ó incenso das preces aceites!
Avé, purificação do universo!
Avé, bondade de Deus pelos homens!
Avé, ante Deus, dos mortais és audácia!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona III

Com o coração tumultuando
e cheio de dúvidas,
o prudente José se debatia.
Sabe que és Virgem intacta
e suspeita secretos esponsais.
Conhecendo-te Mãe
pela acção do Espírito Santo, exclama:


Aleluia! (3 vezes)

II Estação:

«O Anúncio Alegre aos Pastores»

Os pastores ouviram os coros dos anjos
que cantavam ao Senhor feito homem.
Correndo, vão ver o Pastor.
Contemplam o Cordeiro inocente
alimentando-se do seio materno
e á Virgem entoam um canto:

Avé, ó mãe do Pastor e Cordeiro,
Avé, és aprisco da Mística Ovelha,
Avé, preservas do oculto inimigo,
Avé, ó chave das portas celestes.
Avé, por ti congratula-se o céu com a terra,
Avé, por ti, terra e céu, em uníssono cantam,
Avé, do apóstolo, boca jamais silenciosa,
Avé, invencível coragem dos mártires todos.
Avé, da fé inabalável baluarte,
Avé, da graça, fulgente estandarte,
Avé, por ti foi o inferno espoliado,
Avé, nos tens revestido de glória.

Avé, Virgem e esposa!

Antifona IV

Observando a estrela
que a Deus os guiava,
os magos seguiram o seu fulgor.
Era a lâmpada segura no seu caminho,
que os conduziu ao Rei poderoso.
Chegados ao Deus inatingível,
o aclamam felizes:


Aleluia! (3 vezes)

«A Adoração dos Magos»

Contemplaram os magos, no colo materno,
Aquele que plasmou o homem nas suas mãos.
Compreenderam ser ele o seu Senhor,
escondido sob o aspecto de servo.
Solícitos, oferecem-lhe os seus dons
e à Mãe aclamam:

Avé, que a estrela perene geraste!
Avé, és a aurora do místico dia!
Avé, que a forja do engano extinguistes!
Avé, o mistério de Deus iluminas!
Avé, o tirano inimigo dos homens destronas!
Avé, que o Cristo, mostraste Senhor nosso amigo!
Avé, resgatas do culto selvagem aos deuses!
Avé, os teus filhos libertas do ataque do mal!
Avé, que o culto do fogo extinguistes!
Avé, que aplacas o fogo dos vícios!
Avé, que educas o crente a ser casto!
Avé, alegria de todos os povos!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona V

Mensageiros de Deus
tornaram-se os magos
de volta para as suas terras.
Cumpriu-se o antigo oráculo
quando a todos falavam de Cristo,
sem pensar no estulto Herodes,
incapaz de cantar:


Aleluia! (3 vezes)

«Fuga para o Egipto»

Egipto tu iluminas
com o resplendor da verdade,
afugentando as trevas do erro.
Á tua passagem os ídolos caíam
não podendo te suportar, Senhor.
E os homens, libertados do engano,
á Virgem aclamam:

Avé, reergues o gênero humano!
Avé, ruína total dos demônios!
Avé, esmagaste a potência enganosa!
Avé, que o logro dos ídolos mostras!
Avé, ó mar que afogou o faraó demoníaco!
Avé, rochedo a saciar os sedentos de vida!
Avé, coluna de fogo a guiar os errantes!
Avé, és abrigo do mundo, mais amplo que as nuvens!
Avé, o maná verdadeiro nos deste!
Avé, nos serves delícias sagradas!
Avé, ó terra por Deus prometida!
Avé, ó fonte do mel e do leite!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona VI

Simeão, o velho,
já no fim dos seus dias,
estava para deixar a sombra deste mundo.
A ele foste apresentado como Menino,
mas, vendo-te qual Deus poderoso,
admirou o arcano desígnio e exclamava:
Aleluia! (3 vezes)

Parte Dogmática:

«Os mistérios da fé»

III Estação:

«A Virgindade Fecunda de Maria»

Renovou o Excelso
as leis deste mundo
quando veio habitar entre nós.
Germinado no seio de uma Virgem,
conserva-o intacto como sempre o fôra.
Nós, admirados por este prodígio,
á Virgem santa cantamos:

Avé, ó flor da total virgindade!
Avé, protótipo da castidade!
Avé, da ressurreição, claro emblema!
Avé, que a vida dos Anjos revelas!
Avé, frutífera planta, alimento do crentes!
Avé, ó árvore umbrosa que abrigas a muitos!
Avé, o teu seio carrega o mentor dos errantes!
Avé, que á luz deste o libertador dos cativos!
Avé, que o justo Juiz nos abrandas!
Avé, perdão do relapso e contrito!
Avé, coragem dos desesperados!
Avé, és o amor que preenche os desejos!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona VII

Contemplando o parto milagroso,
e afastados do mundo,
dirigimos a mente para o céu.
O Altíssimo apareceu entre nós
no humilde aspecto humano de um pobre
e eleva ao mais alto da glória
aqueles que cantam:


Aleluia! (3 vezes)

«A Maternidade Divina de Maria para a nossa Salvação»

A Palavra de Deus infinito
habitava na terra
e enchia os céus.
Sua descida amorosa até ao homem
não fez mudar sua suprema morada.
Era o divino parto da Virgem
que ele ouvia cantar:

Avé, morada do Deus infinito!
Avé, ó porta do augusto mistério!
Avé, mensagem que inquieta os descrentes!
Avé, ufania e segurança dos crentes!
Avé, veículo santo do Altíssimo Filho!
Avé, mansão gloriosa do Verbo encarnado!
Avé, da virgem e mãe as grandezas reúnes!
Avé, os contrários a um fim tão igual consorcias!
Avé, o pecado de Adão dissolveste!
Avé, por ti foi o céu reaberto!
Avé, ó chave do reino de Cristo!
Avé, esperança dos bens sempiternos!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona VIII

Toda a multidão dos anjos,
admirada, contempla
o mistério de Deus encarnado.
Ao senhor inacessível,
feito homem, admira-o, acessível,
caminhar pelas sendas humanas,
ouvindo cantar:


Aleluia! (3 vezes)

«O Mistério do Parto Virginal de Maria»

Os eloqüentes oradores,
como peixes emudecem
diante de ti, santa Mãe do Verbo.
Não compreendem como foi possível
permanecer Virgem depois de ser Mãe.
Nós, teus devotos, o prodígio admiramos
e com fé proclamamos:

Avé, sacrário da ciência divina
Avé, tesouro da fiel providência
Avé, os sapientes afirmas ignaros
Avé, os loquazes revelas vazios.
Avé, convences de inane a astuciosa palavra
Avé, que tornas sem nexo os criadores dos mitos
Avé, os astutos sofismas dos gregos desfazes
Avé, replenas as redes dos bons pescadores.
Avé, nos livras da imensa ignorância
Avé, iluminas inúmeras mentes
Avé, batel dos que querem salvar-se
Avé, ó porto dos nautas da vida.

Avé, Virgem e esposa!

Antífona IX

Para salvar o mundo,
o Criador de todas as coisas
quis vir a ele.
Sendo Deus, tornou-se nosso Pastor
e apareceu entre nós como Cordeiro.
Sendo homem, atrai a si os homens
e como Deus ouve cantar:


Aleluia! (3 vezes)

IV Estação:

«Maria: Modelo de Pureza e Santidade»

Ó Virgem, Mãe de Cristo,
vindo morar no teu seio,
o divino Criador te fez
o baluarte das virgens
e de quantos a ti recorrem.
Ele nos convida a cantar
em tua honra, ó Ilibada:

Avé, pilar da integral virgindade!
Avé, ó porta de quem quer salvar-se!
Avé, ó mestra das coisas sagradas!
Avé, doadora da Graça Divina!
Avé, dá a vida nova aos nascidos na culpa!
Avé, instrutora das mentes que estavam dispersas!
Avé, tu expulsas aqueles que a mente corrompe!
Avé, ó Mãe de Jesus, semeador de almas castas.
Avé, ó tálamo em núpcias virgíneas
Avé, que os crentes com Deus concilias
Avé, ideal pedagoga das virgens
Avé, que os santos recobres de bênçãos.

Avé, Virgem e esposa!

Antífona X

É sempre inferior o canto
que presuma engrandecer
as tuas inúmeras virtudes.
Tantos como é a areia da praia
podem ser os nossos hinos, ó Rei Santo,
porém, nunca alcançariam as graças
que destes a quem canta:


Aleluia! (3 vezes)

«Maria, Mãe de Quem Nasce a Igreja»

Como tocha luminosa
a iluminar os que jazem nas trevas,
resplandece a Virgem Maria.
Foi ela que acendeu a Luz eterna.
Seu fulgor ilumina as mentes
e é guia para a sabedoria divina,
inspirando este canto:

Avé, do místico sol o lampejo!
Avé, ó astro da flama perene!
Avé, ó clarão que iluminas as almas!
Avé, trovão a assustar o inimigo.
Avé, tu fazes luzir esplendor fulgurante!
Avé, transbordas o rio com mil afluentes!
Avé, figura das águas do santo baptismo!
Avé, tu lavas as manchas dos nossos pecados.
Avé, lavacro que iliba a consciência!
Avé, ó taça que infunde alegria!
Avé, o perfume de Cristo recendes!
Avé, ó vida do sacro banquete.

Avé, Virgem e esposa!

Antífona XI

Querendo nos perdoar o primeiro pecado,
Aquele que paga as dívidas de todos
busca asilo no meio dos seus trânsfugas,
exilando-se livremente do céu.
Rasgando o antigo rescrito,
ouve cantar:


Aleluia! (3 vezes)

«Maria, Protetora e Auxílio de Todos os Cristãos»

Glorificando o teu parto,
todo o universo te louva
qual tabernáculo vivente, ó Senhora.
Colocando a sua morada no teu seio
Aquele que segura tudo na sua mão,
o Senhor, te fez santa e gloriosa,
e nos convida a te louvar:

Avé, ó casa de Deus e do Verbo!
Avé, ó santa mais santa que os santos!
Avé, no espírito, arca dourada!
Avé, infinito tesouro de vida.
Avé, precioso diadema dos reis piedosos!
Avé, louvor glorioso dos pios sacerdotes!
Avé, ó torre inconcussa da Igreja de Cristo!
Avé, tu és o baluarte invencível do império.
Avé, troféus por ti conquistados!
Avé, por ti o inimigo é vencido!
Avé, remédio do corpo doente!
Avé, tu és a salvação da minha alma!

Avé, Virgem e esposa!

Antífona XII

Digna de todo louvor,
Santa Mãe do Verbo,
Santíssimo entre todos os Santos,
recebe, neste canto, a nossa oferta.
Salva o mundo de todos os perigos;
de todos os males e dos castigos futuros
livra-nos, a nós que cantamos:


Aleluia! (3 vezes)

E repete-se novamente o tropário:

Tropário

A ti Maria, como ao general invencível,
os meus cantos de vitória.
A ti, que me livraste dos meus males,
ofereço os meus cantos de reconhecimento.
Pois que tens uma força invencível,
livra-me de toda espécie de perigos,
a fim de que te aclame:


Aleluia! (3 vezes)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FORMOSURA DE MARIA SANTÍSSIMA


Quam pulchra es, amica mea, quam pulchra es! -- «Oh, como és formosa, amiga minha, como és formosa» (Cant. 4, 1)

Sumário. Quando a Santíssima Virgem estava ainda na terra, a graça imensa da sua alma comunicava ao seu corpo uma formosura tão grande, que abrasava em amor todos aqueles que tinham a ventura de a contemplar, e inspirava-lhes no coração o desejo das coisas celestiais. Quanto mais formosa não deverá ser agora no céu, onde foi glorificada á mão direita do seu divino Filho! Regosijemo-nos com a nossa querida Mãe, recorramos a ela com confiança, e não tenhamos a loucura de renunciar ao gozo de a contemplarmos um dia no paraíso, para amar-mos com amor pecaminoso umas vis criaturas feitas de lodo.

I. Consideremos como a graça imensa da santíssima alma de Maria comunicava ao seu corpo tão grande formosura, que enamorava a todos quantos tinham a ventura de a vêr, infundia a todos o espirito de pureza, inspirava-lhes no coração o desejo das coisas celestiais, e abrasava-os no amor de Deus. Quem a ia visitar, por aflicto e atribulado que estivesse, voltava consolado, alegre e contente- -- São Diniz, o «Areopagita», conta que, tendo ouvido falar de Maria, fez uma viagem longa para a ir vêr. Apenas admitido á sua presença, ficou tão assombrado pelo brilho sobrehumano, tão trasbordado de consolação celeste, que lhe parecia já ter entrado na posse da glória. Tão cheio de gozo inefável ficou o Santo depois da visão tão encantadora, que depois, agradecendo ao seu mestre São Paulo, escreveu: «Confesso na verdade que não pensava que fora de Deus fosse possivel beleza tão sublime e celestial, como a que contemplei. Eu vi Maria Santíssima! Pude vêr e revêr com os meus próprios olhos a mãe de Jesus Cristo! Confesso mais uma vez que, quando João me levou á presença da deifica da Virgem altíssima, fiquei deslumbrado por um explendor tão grande, que me desfaleceu o coração e faltou a respiração, oprimido como estava pela glória de tamanha magestade. Afigorou-se-me que a glória dos Bem-aventurados não podia ser superior aquela que tive a ventura de contemplar.»

Façamos aqui uma reflexão: se a beleza de Maria foi tão grande, quando ela estava ainda neste vale de lágrimas, mas, qual não deve ser agora, que, glorificada no céu e imortal, está com alma e corpo á mão direita do seu divino Filho, próxima á Santíssima Trindade? Que loucura seria, pois, a nossa, se pelo amor desregrado a criaturas vis e enganosas, renunciassemos a irmos gozar para sempre no paraíso a formosura inefável da Mãe de Deus!

II. Se quizermos gozar um dia da formosura e carícias de Maria Santíssima, devemos ser humildes e puros de coração; porquanto não podem estar juntos numa alma o amor pecaminoso e o amor verdadeiro á grande Mãe de Deus. Comecemos portanto a nos desafeiçoar das vaidades do mundo, de nós mesmos; comecemos a nos mortificar devéras pelo amor de Maria, e então veremos o quão amável e graciosa é a sua formosura!

Recolhamo-nos um instante dentro de nós, e afiguremo-nos que estamos no céu na presença da nossa grande Rainha. Seus olhos são cheios de encanto; seu rosto respira a suavidade do paraíso; suas mãos estão repletas de riquezas; seu coração é uma fornalha de caridade, sua lingua é toda clemência. – Em Maria, diz São Bernardo, nada de austero, nada de tremendo; ela é toda benevolência, a todos ajuda, a todos consola, a todos dispensa graças, mas particularmente aos que, presos pelos doces laços do seu amor, nela se refugiam e se escondem sob seu amável patrocínio. Conclui o santo Doutor dizendo que, quando contemplava a sua Senhora Celestial, se lhe afigurava não vêr senão misericórdia: Certe, Domina, cum te aspicio, nihil nisi misericordiam cerno.

Virgem Santissima, com a vossa graça, santidade e formosura imensas, elevais os Anjos, arrebatais os Serafins! Vós sois toda complacência de Deus mesmo, que, fora de si, acha em vós as suas delicias! Por piedade, ó divina Mãe, apoderai-vos do meu coração, atrai-o para vós, abrasai-o no vosso amor e fazei com que dia e noite exclame, enlevado pela vossa formosura: Quão formosa és, minha amiga, quão formosa és! Se não sou digno de vos contemplar na vida presente, vinde ao menos na hora da morte mostrar-me o vosso rosto amável e suavizar com a vossa doce presença as angústias da minha última agonia, para que depois eu vá ver-vos, gozar-vos, amar-vos e agradecer-vos por todos os séculos no paraíso celeste.

Retirado de: MEDITAÇÕES de Santo Afonso Maria de Ligório - Tomo I